Vá, confesse lá, aquela resma de papelada para a avaliação já está preenchidinha, não está? E não a entrega porquê? Ah... o Mário Nogueira não deixa. Naughty boy...
sábado, 31 de janeiro de 2009
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A morte do jornalismo
Um dos aspectos mais curiosos da cobertura jornalística do caso Freeport é a demissão total dos jornalistas (era capaz de voltar aos bancos da faculdade só para estudar o fenómeno a fundo...).
Tudo é publicado e republicado, permanentemente, sem qualquer filtro. Os jornais citam as televisões, que citam as rádios, que citam os jornais, que citam as televisões. E o que citam eles? Tudo. Rigorosamente tudo. Porque tudo é publicado. Não há qualquer investigação jornalística, um mero cruzamento de dados, de declarações. Tudo o que chega às redacções, seja por que via for, vai imediatamente para o papel ou para o ar.
Há um claro efeito de amontoamento, como já assinalei aqui.
Mas há algo bem mais curioso e muito, mas muito mais, perigoso.
É como se as redacções dos jornais, tv e rádios tivessem de repente ficado sem directores ou editores. A funcionar em roda livre. Sem filtro, insisto. Como se todos estivessem permanentemente em directo, ou como se todos os media fossem um Forum TSF ou Opinião Pública, em que tudo é permitido. O directo, como vários teóricos já escreveram, é uma espécie de não-jornalismo. Agora imagine-se um directo quase permanente (e o conceito aplica-se também aos jornais).
Uma das funções mais nobres do jornalismo - a par da investigação - é a selecção do que se publica. Há manuais e manuais sobre isso. Os Livros de Estilo dedicam páginas e páginas aos modos de o fazer. Enquanto peça fundamental na engrenagem do sistema democrático, os media têm uma responsabilidade insubstituível no modo como a informação circula. E só deve circular a informação relevante, credibilizada pela aplicação das mais elementares regras do jornalismo.
A publicação de tudo, sem critério, é a negação do jornalismo.
E nunca como agora se assistiu a uma tão assustadora demissão do jornalismo. O pior é que a maioria dos jornalistas está convencida do contrário.
Um dos aspectos mais curiosos da cobertura jornalística do caso Freeport é a demissão total dos jornalistas (era capaz de voltar aos bancos da faculdade só para estudar o fenómeno a fundo...).
Tudo é publicado e republicado, permanentemente, sem qualquer filtro. Os jornais citam as televisões, que citam as rádios, que citam os jornais, que citam as televisões. E o que citam eles? Tudo. Rigorosamente tudo. Porque tudo é publicado. Não há qualquer investigação jornalística, um mero cruzamento de dados, de declarações. Tudo o que chega às redacções, seja por que via for, vai imediatamente para o papel ou para o ar.
Há um claro efeito de amontoamento, como já assinalei aqui.
Mas há algo bem mais curioso e muito, mas muito mais, perigoso.
É como se as redacções dos jornais, tv e rádios tivessem de repente ficado sem directores ou editores. A funcionar em roda livre. Sem filtro, insisto. Como se todos estivessem permanentemente em directo, ou como se todos os media fossem um Forum TSF ou Opinião Pública, em que tudo é permitido. O directo, como vários teóricos já escreveram, é uma espécie de não-jornalismo. Agora imagine-se um directo quase permanente (e o conceito aplica-se também aos jornais).
Uma das funções mais nobres do jornalismo - a par da investigação - é a selecção do que se publica. Há manuais e manuais sobre isso. Os Livros de Estilo dedicam páginas e páginas aos modos de o fazer. Enquanto peça fundamental na engrenagem do sistema democrático, os media têm uma responsabilidade insubstituível no modo como a informação circula. E só deve circular a informação relevante, credibilizada pela aplicação das mais elementares regras do jornalismo.
A publicação de tudo, sem critério, é a negação do jornalismo.
E nunca como agora se assistiu a uma tão assustadora demissão do jornalismo. O pior é que a maioria dos jornalistas está convencida do contrário.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
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A editora do U2 pagou a viagem a Madrid a um jornalista do Correio da Manhã e a outro do Diário de Notícias para ouvirem em primeira mão o novo disco da banda - No Line On The Horizon. Ambos se esqueceram de pôr aquele asterisco no final do texto a dizer: fui a Madrid mamar umas tapas à conta da Universal...
Mas não é isso que interessa agora. Atente-se nos títulos:
CM: Novo disco dos U2 arrisca inovação.
DN: U2 sem grandes surpresas num album introspectivo.
Se a estratégia é baralhar o leitor/ouvinte e "obrigá-lo" a comprar o disco, para saber se é "inovador" ou "sem supresas", estão de parabéns - conseguitam.
Mas não é isso que interessa agora. Atente-se nos títulos:
CM: Novo disco dos U2 arrisca inovação.
DN: U2 sem grandes surpresas num album introspectivo.
Se a estratégia é baralhar o leitor/ouvinte e "obrigá-lo" a comprar o disco, para saber se é "inovador" ou "sem supresas", estão de parabéns - conseguitam.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
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Eles são ingleses.
O disco chama-se Rumours.
A canção, Second Hand News.
Os Fleetwood Mac são normalmente subavaliados pelos melómanos.
O disco chama-se Rumours.
A canção, Second Hand News.
Os Fleetwood Mac são normalmente subavaliados pelos melómanos.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
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O Jornal de Letras está hoje nas bancas com uma edição especial do seu n.º 1000.
Tenho boas memórias do JL. Assisti ao seu nascimento e tenho, se a traça não fez o seu trabalho, as primeiras dez edições com as fabulosas primeiras páginas de Abel Manta.
Eu dava os primeiros passos na profissão, na sala ao lado, no velho e extinto O Jornal. Era o meu primeiro contacto com as máquinas de escrever (!) de uma redacção, com as reuniões animadas, os dias de fecho, o cheiro do papel que chegava de manhã da gráfica.
Guardo essa memória do JL, mas também do Se7e e, claro, d'O Jornal. São boas memórias.
Mas foi também quando o JL nasceu que eu percebi que o jornalismo é como o resto dos círculos de poder da capital: o acesso é mais ou menos reservado a familiares, a pessoas que quando nascem já trazem o nome feito, e a amigos. Ah, o amiguismo...
A um jovem da "província", que a troco dos sacríficios dos pais conseguira o "canudo" em Comunicação Social, estava reservado o turno da noite e da madrugada, numa rádio, cinco anos (eu repito: cinco anos...) a recibo verde.
Hoje, tenho o n.º 1000 do JL nas mãos. E o consolo de, passados tantos anos e tantos filhos-de-puta pela minha vida, estar muito mais bem conservado que o JL.
Tenho boas memórias do JL. Assisti ao seu nascimento e tenho, se a traça não fez o seu trabalho, as primeiras dez edições com as fabulosas primeiras páginas de Abel Manta.
Eu dava os primeiros passos na profissão, na sala ao lado, no velho e extinto O Jornal. Era o meu primeiro contacto com as máquinas de escrever (!) de uma redacção, com as reuniões animadas, os dias de fecho, o cheiro do papel que chegava de manhã da gráfica.
Guardo essa memória do JL, mas também do Se7e e, claro, d'O Jornal. São boas memórias.
Mas foi também quando o JL nasceu que eu percebi que o jornalismo é como o resto dos círculos de poder da capital: o acesso é mais ou menos reservado a familiares, a pessoas que quando nascem já trazem o nome feito, e a amigos. Ah, o amiguismo...
A um jovem da "província", que a troco dos sacríficios dos pais conseguira o "canudo" em Comunicação Social, estava reservado o turno da noite e da madrugada, numa rádio, cinco anos (eu repito: cinco anos...) a recibo verde.
Hoje, tenho o n.º 1000 do JL nas mãos. E o consolo de, passados tantos anos e tantos filhos-de-puta pela minha vida, estar muito mais bem conservado que o JL.
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Nunca saio de casa sem dar uma vista de olhos às notícias das televisões. Hoje, parece que a coisa está assim:
Há um tio de José Sócrates, chamado Dias Loureiro, que queria abrir um Banco Insular no Freeport de Alcochete. Para isso, explicou aos deputados, teve uma reunião informal com os dirigentes do BPP, sendo que, por engano, os repórteres de televisão passaram a tarde de ontem à porta do BPN, onde as autoridade policiais, sob as ordens da procuradora Felícia Cabrita, procuram dois bilhetes de cinema utilizados por um fulano chamado Oliveira e Costa e por um inglês cujo nome me escapa. Dizem os jornais do dia que a conversa entre Oliveira e Costa e o tal inglês, gravada em DVD por uma meia cunhada de Vítor Constâncio, terá ocorrido durante a exibição de "Os Malucos do Riso - O Filme", exibido no Forum de Almada, o qual terá sido construído em plena ZPE da A2, com financiamento da Quercus.
Saí de casa preocupado - isto ainda vai dar merda...
Há um tio de José Sócrates, chamado Dias Loureiro, que queria abrir um Banco Insular no Freeport de Alcochete. Para isso, explicou aos deputados, teve uma reunião informal com os dirigentes do BPP, sendo que, por engano, os repórteres de televisão passaram a tarde de ontem à porta do BPN, onde as autoridade policiais, sob as ordens da procuradora Felícia Cabrita, procuram dois bilhetes de cinema utilizados por um fulano chamado Oliveira e Costa e por um inglês cujo nome me escapa. Dizem os jornais do dia que a conversa entre Oliveira e Costa e o tal inglês, gravada em DVD por uma meia cunhada de Vítor Constâncio, terá ocorrido durante a exibição de "Os Malucos do Riso - O Filme", exibido no Forum de Almada, o qual terá sido construído em plena ZPE da A2, com financiamento da Quercus.
Saí de casa preocupado - isto ainda vai dar merda...
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
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O "caso Freeport", como outros "casos" no passado, gera um curioso efeito comunicacional, a que poderíamos chamas de Efeito Amálgama, especialmente perceptível nas televisões.
Na ânsia de tudo mostrarem, tudo "investigarem", de não deixar nenhuma ponta de fora, de ouvir toda a gente, de encontrar o ângulo que ninguém ainda tinha descoberto, os media acabam por gerar autênticos amontoados, em que já não se distingue o velho do novo, o irrelevante do importante. Em que os media se citam uns aos outros, sem referências explícitas, perdendo ou "ganhando" conteúdo, através de cada vez mais divergentes abordagens.
Esta cacofonia, este entulho informativo, conduz à náusea e os media acabam por gerar o efeito que certamente menos esperavam - os consumidores cansam-se, "é tudo igual", "já não percebo nada disto" e, se porventura alguém aparecesse com uma verdadeira novidade, já ninguém iria reparar.
Os media, especialmente os audiovisuais, são auto-devoradores.
Na ânsia de tudo mostrarem, tudo "investigarem", de não deixar nenhuma ponta de fora, de ouvir toda a gente, de encontrar o ângulo que ninguém ainda tinha descoberto, os media acabam por gerar autênticos amontoados, em que já não se distingue o velho do novo, o irrelevante do importante. Em que os media se citam uns aos outros, sem referências explícitas, perdendo ou "ganhando" conteúdo, através de cada vez mais divergentes abordagens.
Esta cacofonia, este entulho informativo, conduz à náusea e os media acabam por gerar o efeito que certamente menos esperavam - os consumidores cansam-se, "é tudo igual", "já não percebo nada disto" e, se porventura alguém aparecesse com uma verdadeira novidade, já ninguém iria reparar.
Os media, especialmente os audiovisuais, são auto-devoradores.
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desta sei porque gosto. muito.
por exemplo, por isto:
I believe in love, I'll believe in anything
That's gonna get me what I want and get me off my knees
Then we'll burn your house down, don't it feel so good
There's a forest fire every time we get together
ou isto:
If we get caught in this wind then we could burn the ocean
If we get caught in this scene we're gonna be undone
It's just a simple metaphor, it's for a burning love
Don't it make you smile like a forest fire.
por exemplo, por isto:
I believe in love, I'll believe in anything
That's gonna get me what I want and get me off my knees
Then we'll burn your house down, don't it feel so good
There's a forest fire every time we get together
ou isto:
If we get caught in this wind then we could burn the ocean
If we get caught in this scene we're gonna be undone
It's just a simple metaphor, it's for a burning love
Don't it make you smile like a forest fire.
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há canções, improváveis, de que nos apaixonamos sem saber muito bem porquê. esta faz 25 anos por estes dias. recordo-me que foi amor à primeira vista. perdura e, como no verdadeiro amor, não faço a mínima ideia como. e também não estou interessado em perguntar-lhe.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
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O conceito de atrito é inerente ao de acção. Não há acção sem atrito.
Por exemplo, cada vez que respiramos, dezenas de músculos, uma data de ossos, moléculas e moléculas de oxigénio e compostos vários põem-se em movimento e entram em conflito.
Imagine-se, agora, o atrito que provocam outros tipos de actividades ligeiramente mais complexas. Governar, por exemplo.
Por exemplo, cada vez que respiramos, dezenas de músculos, uma data de ossos, moléculas e moléculas de oxigénio e compostos vários põem-se em movimento e entram em conflito.
Imagine-se, agora, o atrito que provocam outros tipos de actividades ligeiramente mais complexas. Governar, por exemplo.
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Os Ingleses
Ainda hoje estamos para saber:
1. De quem foi verdadeiramente a ideia dos cães no caso Maddie?
2. Qual o verdadeiro papel dos cães no caso: contribuir para a descoberta da verdade; ajudar a encobrir uma mentira; disfarçar a incapacidade da investigação; ou simplesmente baralhar?
3. Estará alguém em Londres a rir-se de nós; ou será em Olhão que respiram de alívio?
E não. Os media portugueses nunca nos ajudaram a encontrar as respostas. Antes pelo contrário.
Ainda hoje estamos para saber:
1. De quem foi verdadeiramente a ideia dos cães no caso Maddie?
2. Qual o verdadeiro papel dos cães no caso: contribuir para a descoberta da verdade; ajudar a encobrir uma mentira; disfarçar a incapacidade da investigação; ou simplesmente baralhar?
3. Estará alguém em Londres a rir-se de nós; ou será em Olhão que respiram de alívio?
E não. Os media portugueses nunca nos ajudaram a encontrar as respostas. Antes pelo contrário.
domingo, 25 de janeiro de 2009
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A Feist é, como se costuma dizer, uma gaja honesta, no sentido em que a podemos deixar a cantar na nossa casa sem que ela nos roube algum livro ou incomode os vizinhos. Costumo gostar de gajas assim: guitarra, voz e umas merdas poucas à volta, só para não se dizer que está ali sozinha sem mais ninguém. O problema das pessoas sozinhas é que, se muita gente as vê muitas vezes durante muito tempo sempre sozinhas, começam a atrair as atenções, como quando três pretos vestidos com kispos entram na FNAC, e há aqui um conhecimento profundo da minha parte sobre esta matéria relativamente aos dois exempos alinhados. A Feist, para evitar incomodar assim as pessoas, encavalita nas suas canções, à vez, uns coros, uns pianos, umas baterias e pandeiretas, e até pássaros a cantar. Acho isto bem. Revela atenção, preocupação, cuidado com o outro. O que não chega, longe disso, para fazer da Feist uma Ani Difranco, uma Lisa Germano ou uma Kristin Hersh. O problema das canções da Feist é que não sendo todas iguais umas às outras, podiam perfeitamente se-lo, ou seja, qualquer gajo percebe que o principal esforço da Feist não foi o de compor canções (o que quer que isto signifique), mas o de "vamos lá cortar este bife grosso em bifes mais fininhos".
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Há três fracassos em Vicky Cristina Barcelona. O terceiro resume-se a uma cena onde é notório que se quis apresentar Penélope Cruz com mau aspecto e isso é como a existência de Deus: podemos acreditar na hipótese mas será sempre impossível de o provar.
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O meu zombie querido manda dizer que disse, v. Isso do rating é o mesmo que, olhando a cara de um gajo, tentar adivinhar o tamanho da pila dele. Como é óbvio, a fita métrica é mais eficaz e padronizada. No entanto, para isto, é necessário pedir ao gajo que meta a pila de fora e à disposição. Como o pudor não consente tanto, mais vale adivinhar. É o que fazem as agências de rating, dar a um gajo a fama de ter a pila pequena ou grande sem lhe terem posto os olhos ou a fita métrica em cima. A viúva.
sábado, 24 de janeiro de 2009
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O Luís M. Jorge tenta, há anos, disputar comigo o campeonato dos gajos que mais vezes abandonaram e regressaram aos blogues.
Os blogues - o meu, o dele... - foram sendo estados de alma. Houve uma expressão que ele uma vez escreveu que eu usei vezes sem conta. Falava ele, já não sei a que propósito de episódio de vida, nos pianos que nos caem em cima. Não o conhecendo mais do que no blogue, imaginei várias vezes os pianos que lhe rondavam a cabeça (a alma, talvez).
Ultimamente, até acho que ele andava a escrever uns disparates. Mas, lá está, até os disparates dependem dos nossos estados de alma. E há pessoas a quem perdoamos um disparate ou outro (o Luís andava a exagerar, é certo...).
Parece-me, pelo que li hoje, que o Luís, desta, vai mesmo. Cito-o: sei que vou ter saudades.
Os blogues - o meu, o dele... - foram sendo estados de alma. Houve uma expressão que ele uma vez escreveu que eu usei vezes sem conta. Falava ele, já não sei a que propósito de episódio de vida, nos pianos que nos caem em cima. Não o conhecendo mais do que no blogue, imaginei várias vezes os pianos que lhe rondavam a cabeça (a alma, talvez).
Ultimamente, até acho que ele andava a escrever uns disparates. Mas, lá está, até os disparates dependem dos nossos estados de alma. E há pessoas a quem perdoamos um disparate ou outro (o Luís andava a exagerar, é certo...).
Parece-me, pelo que li hoje, que o Luís, desta, vai mesmo. Cito-o: sei que vou ter saudades.
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Marisa Monte decidiu comprar briga com os jornalistas: depois de elaborar a resposta, é só repetir um monte de vezes. Marisa anda cansada de responder sempre as mesmas perguntas!
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
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Coisas que me fascinam. A cerimónia de tomada de posse de Obama foi vista por milhões pela televisão, incluindo o famoso engano no juramento.
A repetição do juramento - já em si um gesto fascinante - foi gravada em áudio e fotografia.
A ausência de câmeras de televisão na repetição marca a fronteira do simbolismo. No mundo do ultramediatismo, esse acto meramente notarial não tinha dignidade para ombrear, ou ensombrar, o cerimonial público.
E isso é fascinante. Estes cerimoniais de poder - a que, por cá, não costumamos ligar - são, também eles, sinal de uma certa superioridade democrática.
[Já agora, sabiam que Barack Obama’s inaugural address is proving to be more powerful in the reading than it was in the hearing?]
A repetição do juramento - já em si um gesto fascinante - foi gravada em áudio e fotografia.
A ausência de câmeras de televisão na repetição marca a fronteira do simbolismo. No mundo do ultramediatismo, esse acto meramente notarial não tinha dignidade para ombrear, ou ensombrar, o cerimonial público.
E isso é fascinante. Estes cerimoniais de poder - a que, por cá, não costumamos ligar - são, também eles, sinal de uma certa superioridade democrática.
[Já agora, sabiam que Barack Obama’s inaugural address is proving to be more powerful in the reading than it was in the hearing?]
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Um sábado cheio de DVD's: o Expresso traz o do Ronaldo, o Sol prossegue a série de ficção para crianças com a oferta (em repetição) do "DVD do Sócrates". Acho que vou optar pelo Blockbuster.
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O trabalho não tem faltado, nas últimas semanas. O que é bom, ou mau, conforme se queira encarar a coisa. Gosto assim. E não, não é verdade que se aprenda muito com os erros. Com os acertos aprende-se muito mais. Além do gozo, é claro.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
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Em 1996, os Belle and Sebastian fizeram uma das mais interessantes citações do mais famoso vídeo de Dylan (1965). No vídeo dos B&S, a citação torna-se explícita.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
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A canção Gardez Vos Rêves (Protejam os Vossos Sonhos), do velho Moustaki (com uma das mais fabulosas introduções que conheço...), não está ali por acaso. Como sempre!
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
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Obama explicado às criancinhas
ou, mais apropriadamente,
Obama for Dummies
A malta que já anda preocupada com as desilusões que os obamistas vão ter com Obama deve ter em consideração o seguinte:
Espera-se de Obama que reponha a América nos eixos. Por exemplo, que reponha o respeito pelos Direitos Humanos, que relance a América como terra de liberdade e democracia e que, no que nos diz respeito, reconcilie a América com o resto do mundo democrático, a começar pela Europa.
Pela parte que me toca, não espero de Obama nenhum milagre. Por exemplo, que faça as pazes com o Irão, os solucione o conflito no Médio Oriente. Apenas que tenha bom senso, que seja americano, ao lidar com esses problemas.
E, sim, este também é um post de resposta a todos (tantos...) que me acusaram, a mim e a muitos outros, de anti-americanismo quando criticámos Bush. O ponto nunca foi esse, como era evidente.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
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A Judite entrevistou "o melhor do mundo". O Crespo, "o pai adoptivo". Num noticiário da noite, discutiu-se (?) que roupa vai usar a mulher do Obama. O país está todo em alerta laranja.
Os spinners do Blair diriam que seria um dia óptimo para "fazer o mal todo de uma vez".
Mas, por cá, já/ainda não há spinners assim...
Os spinners do Blair diriam que seria um dia óptimo para "fazer o mal todo de uma vez".
Mas, por cá, já/ainda não há spinners assim...
domingo, 18 de janeiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
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A revista Happy Woman é uma das melhoras amigas da mulher. Uma Crónica Feminina dos nossos dias, em que os lavores são outros... Da boa utilização dos dedos aos trabalhos de língua, passando pela ginástica das partes mais recônditas, tudo ali se pode encontrar. Todos os meses, dando e baralhando, que há coisas que convém não esquecer e outras em que ainda (!?) se pode inovar. Nem que seja em imaginação.
A campanha com que a Happy Woman abre o ano de 2009 é genial: Gosto do que está para vir. Um futuro em que o verbo se conjuga, obviamente, na sua forma reflexa :)
A campanha com que a Happy Woman abre o ano de 2009 é genial: Gosto do que está para vir. Um futuro em que o verbo se conjuga, obviamente, na sua forma reflexa :)
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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Lições de zoologia
O reino dos patetas divide-se nas subespécies dos papagaios e dos vozes-do-dono. Não é fácil reconhecê-los a olho nu. Até porque ambos ladram muito, mas mordem pouco. Tadinhos.
O reino dos patetas divide-se nas subespécies dos papagaios e dos vozes-do-dono. Não é fácil reconhecê-los a olho nu. Até porque ambos ladram muito, mas mordem pouco. Tadinhos.
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Há quem eleja o Ronaldo. Quem recorde o Pelé. Quem diga que o Best é que o era. Eu, por mim, quem me tira o maradona tira-me tudo. Ah... não sei se repararam, está a chover e continua a fazer um frio do caraças.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
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...quase 69
I've got male intuition
I've got sexual ambition
I'm the last great tradition
Let me state my position
Ouçam aqui
The older I get
The better I was
It's all just a show
It's all just because
The show must go on
What else can it do?
I'm gonna drop the load on you
Sugar, sugar daddy, Sugar
I got no inhibition
I got all the ammunition
Got the moves with position
Can't you see my condition?
You gotta get your hands dirty
When you're digging a ditch
And … gods
Revenge on the rich
Got the money got the moves
Got the looks and the brakes
Got the shirt got the shoes
Got what it takes
You've got to lay it down
Tell me what you need
You've got to lay it down
Get up, up from your feet you know
I get it down
You wanted sorrow, want it sweet
Daddy always gives you what is good for you
Sugar, sugar daddy, Sugar
I've got male intuition
It's a desperate condition
Nearly out of ammunition
Sexual ambition
Whoa!
Holy schmoly
I'm a one man army
Yeah, a one man mob
Woo-hoo
I'm the McDaddy
You don't send a boy to do a man's job
And you make me feel
Like I'm not alone
I've been singing this song
Since before you were born
Baby, you're invited
But your friend can't come
He's a little too excited
Maybe a little too young
Ah baby, you're invited
But your friend can't come
He's a little too rich
Maybe a little too young
The show must go on
What else can it do?
I'm gonna drop it all on you
Sugar, sugar daddy
Sugar, sugar daddy
Sugar
[Sugar Daddy, Bono/The Edge/Simon Carmedy]
I've got male intuition
I've got sexual ambition
I'm the last great tradition
Let me state my position
Ouçam aqui
The older I get
The better I was
It's all just a show
It's all just because
The show must go on
What else can it do?
I'm gonna drop the load on you
Sugar, sugar daddy, Sugar
I got no inhibition
I got all the ammunition
Got the moves with position
Can't you see my condition?
You gotta get your hands dirty
When you're digging a ditch
And … gods
Revenge on the rich
Got the money got the moves
Got the looks and the brakes
Got the shirt got the shoes
Got what it takes
You've got to lay it down
Tell me what you need
You've got to lay it down
Get up, up from your feet you know
I get it down
You wanted sorrow, want it sweet
Daddy always gives you what is good for you
Sugar, sugar daddy, Sugar
I've got male intuition
It's a desperate condition
Nearly out of ammunition
Sexual ambition
Whoa!
Holy schmoly
I'm a one man army
Yeah, a one man mob
Woo-hoo
I'm the McDaddy
You don't send a boy to do a man's job
And you make me feel
Like I'm not alone
I've been singing this song
Since before you were born
Baby, you're invited
But your friend can't come
He's a little too excited
Maybe a little too young
Ah baby, you're invited
But your friend can't come
He's a little too rich
Maybe a little too young
The show must go on
What else can it do?
I'm gonna drop it all on you
Sugar, sugar daddy
Sugar, sugar daddy
Sugar
[Sugar Daddy, Bono/The Edge/Simon Carmedy]
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
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Já por lá não passo há uns largos meses (anos?), mas parece-me que o Snob - ou melhor, as conversas que lá se desenrolam até de madrugada à volta de uma (?) garrafa de uísque - volta a ser grande fonte de inspiração jornalística.
domingo, 11 de janeiro de 2009
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Want an example? Here’s an example. Take two of the versions of Sinatra singing “My Way.”
The first was recorded in 1969 when the Chairman of the Board said to Paul Anka, who wrote the song for him: “I’m quitting the business. I’m sick of it. I’m getting the hell out.” In this reading, the song is a boast — more kiss-off than send-off — embodying all the machismo a man can muster about the mistakes he’s made on the way from here to everywhere.
In the later recording, Frank is 78. The Nelson Riddle arrangement is the same, the words and melody are exactly the same, but this time the song has become a heart-stopping, heartbreaking song of defeat. The singer’s hubris is out the door. (This singer, i.e. me, is in a puddle.) The song has become an apology.
[Bono sobre Sinatra no NYT]
The first was recorded in 1969 when the Chairman of the Board said to Paul Anka, who wrote the song for him: “I’m quitting the business. I’m sick of it. I’m getting the hell out.” In this reading, the song is a boast — more kiss-off than send-off — embodying all the machismo a man can muster about the mistakes he’s made on the way from here to everywhere.
In the later recording, Frank is 78. The Nelson Riddle arrangement is the same, the words and melody are exactly the same, but this time the song has become a heart-stopping, heartbreaking song of defeat. The singer’s hubris is out the door. (This singer, i.e. me, is in a puddle.) The song has become an apology.
[Bono sobre Sinatra no NYT]
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Por questões horárias - e também porque cultivo (!?) um peculiar sentido de humor - sou cliente habitual de Mário Crespo. Ora um dos mistérios das últimas semanas reside na classificação, que algumas almas inquietas estão a bombar, de que o Crespo é um fretista governamental. Vá lá, não se riam, que eles dizem a coisa a sério...
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
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Do bom uso do itálico
Perguntam ao chefe dos bons porque matam tantas criancinhas. E o chefe dos bons responde que os maus escondem bombas nas escolas, pelo que os bons não têm outro remédio que não seja bombardear as escolas.
Perguntam ao chefe dos bons porque matam tantas criancinhas. E o chefe dos bons responde que os maus escondem bombas nas escolas, pelo que os bons não têm outro remédio que não seja bombardear as escolas.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
domingo, 4 de janeiro de 2009
sábado, 3 de janeiro de 2009
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