quinta-feira, 30 de abril de 2009

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Les Impatients De L'Histoire, fabulosa definição de "jornalista".

terça-feira, 28 de abril de 2009

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Este artigo é, todo ele, e linha a linha, um atentado à inteligência. Darwin estava errado!

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Well life is for love
And they say that love is blind
If you wanna live easy
Baby, pack your clothes with mine
(...)
Dreams never did work for me anyway
Even when they did come true

(...)
You are as porous as ever
Baby you can start a fire
I must be losing my mind
You're the object of my desire
(...)
Some people they tell me
I got the blood of the land in my voice


[Bob Dylan, I Feel a Change Comin' On, 2009]

segunda-feira, 27 de abril de 2009

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    Se uma gaivota viesse
    trazer-me o céu de Lisboa
    no desenho que fizesse,
    nesse céu onde o olhar
    é uma asa que não voa,
    esmorece e cai no mar.


[Cais do Sodré, Abril de 2009]

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fishing for compliments... votava em qualquer lista que tivesse o Luís Naves como candidato ao Parlamento Europeu.

domingo, 26 de abril de 2009

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Tinha um título - O Santo e a Senha -, mas não tinha texto, embora tivesse uma ideia.
Depois lembrei-me que também poderia ser O Santo e a Sanha.
Desisti.

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Agora que parece ter aberto a época das apostas eleitorais, aqui fica mais uma: Helena Roseta e Luís Fazenda não serão eleitos em Lisboa.

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Uma das coisas mais entusiasmantes dos blogues é isto de, link atrás de link, nos perdermos e encontrarmos pessoas que nos fazem perder outra vez.
Vem isto a propósito de uma distinção que recebi a semana passada.
A autora do Mátria Minha garante que lhe causo arrepios musicais e isso - desculpem a imodéstia ou a sem-vergonhice - é das coisas mais arrepiantes que me podem dizer.
Mas - e nisso está a mais-magia [isto é um trocadilho com "mais-valia", mas não funciona - desculpem lá!] da coisa - a Eugénia (outra das coisas engraçadas dos blogues é a facilidade com que tuteamos as pessoas que não conhecemos) coloca-me a par do Câmara Corporativa.
Ora, em Outubro do ano passado, eu próprio tinha considerado o Câmara Corporativa um dos melhores blogues musicais cá do burgo. Porque gosto, de facto, e muito, da escolha musical que aqueles dois (agora três) fazem. Mas, confesso, quando em Outubro escrevi o que escrevi, e disse que o CC "dá música" com generosidade, não era só em música que estava a pensar.
Estão agora a perceber o que queria dizer com a primeira frase deste post? Não? Não faz mal, que o que eu queria mesmo era dedicar uma canção à Eugénia, nas esperança de que já se amanhe melhor com as maquinetas musicais digitais e tais.
E, pronto, aqui está uma pérola da colheita de 2009. Arrepie-se, minha cara! Com a voz do homem, o que ele diz, o piano lindo, os tambores ligeiramente vaidosos, o violino inesperado...


[a audição integral de algumas canções neste serviço imeem exige pré-inscrição. é fácil, é grátis e, como algumas vacinas, só é necessário fazer uma vez]

PS:
já agora, reparem bem que, no dia 25 de Abril, eu tenho a Grândola do Charlie Haden que eles não encontraram. Eh eh...

sábado, 25 de abril de 2009

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meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.


[Alexandre O'Neill, Alain Oulman - Amália]



A minha canção portuguesa de sempre, numa versão arrebatadora de Nuno Gonçalves (The Gift) e Fernando Ribeiro (Moonspell).

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O gesto mais simbólico, neste 25 de Abril de 2009, é a inauguração de um Largo com o nome de Salazar em Santa Comba Dão, terra natal do ditador.
Mandam os nossos brandos costumes que seja possível reabilitar o homem que parou o país no tempo durante meio século e que é, objectivamente, o principal culpado, não apenas pelos nossos baixos índices de desenvolvimento socio-económico, mas especialmente pelo enraizamento de uma certa mentalidade tacanha que ainda hoje, ciclicamente, emerge na política portuguesa.
Que Salazar tenha, pois, o seu Largo em Santa Comba...
Mas certamente que nem o ditador autorizaria que a inauguração de tal Largo ocorresse numa data tão simbolicamente adversa como o 25 de Abril.
Que o Largo fosse inaugurado a 28 de Maio, ou na data de nascimento (ou do passamento...) do velho, ou até no aniversário da queda da cadeira, seria coisa medianamente aceitável.
Assim, a 25 de Abril, é um acto de pura estupidez política. E só se torna simbólico porque vivemos, de facto, tempos em que a estupidez política campeia.

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Este foi, até 2008, o gesto mais simbólico e genuíno para comemorar o 25 de Abril. Vai, obviamente, resistir aos tempos.



[a audição integral de algumas canções neste serviço imeem exige pré-inscrição. é fácil, é grátis e, como algumas vacinas, só é necessário fazer uma vez]

quinta-feira, 23 de abril de 2009

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[Altis Belém, view from the inside]

quarta-feira, 22 de abril de 2009

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Serei (serei?) dos poucos lisboetas (embora adoptivo) que não apoia medidas altamente restritivas à circulação de automóveis na cidade e que considera um disparate a febre das ciclovias. Mas, obviamente, já tratei de arranjar uma destas.

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O facto de toda a gente poder dizer tudo não é necessariamente positivo. É, de resto, uma impossibilidade. Ninguém pode ter opinião fundamentada, ou sequer razoável, sobre quase tudo o que está em jogo. Clarificando: todos podem falar, é certo, mas seria melhor para todos se cada um falasse do que sabe. As coisas deveriam ser inversamente proporcionais. Sempre assim foi - há minorias que se especializam em áreas específicas e que, por isso, conquistam o direito a ter opinião. Inversamente proporcional - muito poucos podem falar sobre muitas coisas. A ideia, tão em voga, especialmente nos media electrónicos, de que todos têm direito à opinião é uma farsa. Uma perversidade.

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Há excesso de ruído mediático. Não será só por aqui, certamente. Mas aqui há, seguramente. Não me venham com a conversa da democratização do espaço mediático. Isso é a aparência. O que se passa é exactamente o contrário - a(s) mesma(s) conversa(s), as mesmas personagens, tudo nos mesmos espaços. Mesmo que, aparentemente, insisto, haja novas vozes ou argumentos. Não. Apenas mais ruído. Como se estivéssemos em pleno engarrafamento opinativo.

terça-feira, 21 de abril de 2009

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Sabem como é? Pegar com as duas mãos no globo que imagino em cima da secretária. Fazê-lo rodar para trás, fingindo que custa muito, muito mesmo. Como Deus, brincando ao sétimo dia. Fazendo a Terra rodar 40 anos para trás e depois parar ali. Exactamente ali. E ficar. Muito tempo, até que a Terra, ela mesma, por si, recomeçasse, lenta, preguiçosa, o rame-rame que lhe coube na distribuição das coisas pelo Universo. E surpreender-me a mim próprio quando exclamo: "what am I doin' in Casablanca, man?".

segunda-feira, 20 de abril de 2009

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O fim do mundo... eu já andava desconfiado.

Os astrónomos calculam que, quando o nosso Sol se transformar numa gigante vermelha dentro de alguns milhares de milhões de anos, o seu raio irá ultrapassar as órbitas de Mercúrio, Vénus e talvez a da própria Terra. Mas mesmo que tal não aconteça as temperaturas serão tão elevadas que a atmosfera e os oceanos irão evaporar-se, acabando a vida no nosso planeta.

domingo, 19 de abril de 2009

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A Triumph ainda me inspira confiança. Um clássico. A nova campanha pode, porém, fazer-me mudar de ideias...

sábado, 18 de abril de 2009

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Deambulava por aqui e lembrei-me disto. De phones nos ouvidos, volume bem alto, é coisa para cortar a respiração. Que os sentidos se baralhem!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

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Hoje vi um vídeo e nem queria acreditar no que via.
Que m.... é esta?

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Numa capela perto de Lisboa, Abril de 2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

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Já houve tempos em que recebia mais spam. Apesar disso, de vez em quando lá chega um ou outro mais interessante. Por exemplo, este [vou rasurar local e hora, por motivos óbvios]:

Bom dia, o meu nome é João e tenho a Solução para a Crise Económica e Social em Portugal.

Mas além disso sei como:

- Acabar com o Desemprego

- Resolver o problema da Desigualdade e Injustiça Social

- Resolver os problemas do Sistema Nacional de Saúde

- Resolver os problemas do Sistema de Educação

E tudo isto e muito mais para SEMPRE.

Para saber isto só lhe peço que venha à:
- Avenida da [...] , Lisboa no dia [...] de Abril de 2009 às [...].
O espaço já está reservado.
Venha com a Família, Amigos, Vizinhos, Colegas de trabalho, TODAS as pessoas que conhece, porque todos vão beneficiar com o que tenho para vos dizer.

Garanto-lhe que será o melhor dia das vossas vidas!!!

Mas se estiver satisfeito com a situação de Portugal, aconselho-o a não prestar atenção a este pedido.

Até já…

PS: POR FAVOR REENVIE ESTE CORREIO AOS SEUS CONTACTOS, OBRIGADO.

terça-feira, 14 de abril de 2009

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Primeiro, veio Deus e criou os Beatles.
Invejoso, o Diabo não se quis ficar atrás e inventou Neil Young.
Deus e o Diabo fizeram um pacto e lançaram uma maldição: A Day In The Life.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

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Quem aparece pelos blogues portugueses passa sempre por uma fase infantil - tentar discutir com o João Miranda. Só depois é que a malta cai em si e percebe que aquilo é um algoritmo gripado.

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Otis Redding - You don't miss your water 'til the well runs dry

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O pessoal do Colombo, sempre na vanguarda de tudo, inventou agora uns lugares de estacionamento que, presumo, sejam para utilização exclusiva de carros com mais do que dois passageiros (ou, então, numa versão politicamente incorrecta, para famílias com pai, mãe e dois filhos...).
Os lugares reservados a esta "tipologia" de passageiros são, por agora, escassos, mas mesmo assim continuam vazios.
Com esta paranóia de arrumar os carros conforme as tendências (neste caso, a ecologia) - dito de outra forma: com este marketing do politicamente correcto - qualquer dia não há lugar de estacionamento para as pessoas que... simplesmente querem estacionar. Sem chatices.

domingo, 12 de abril de 2009

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Wild West Coast, 11.Abr.09

sexta-feira, 10 de abril de 2009

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Muito se tem falado, nos últimos meses, de pressões, intimidações, relações estranhas entre os poderes político, mediático e judicial.
Nas últimas semanas, adensou-se mesmo a ideia, repetida em blogues e colunas de opinião, de uma certa supremacia ilegítima do poder político. Ou seja, o poder político, por actos ou supostos actos cometidos, estaria a extravasar largamente os poderes que normalmente lhe são reconhecidos e teria uma longa mão que a tudo chega, tudo controla, tudo quer controlar.
Uma visão mais distanciada do que se passa em Portugal - e isto vale como opinião pessoal, evidentemente - permite perceber precisamente o contrário.
Existe hoje em Portugal uma total impunidade dos poderes mediático e jucidial, os quais, fazendo uso das regras pré-estabelecidas e, especialmente, daquelas que vão criando para se auto-justificar, se permitem distorcer completamente o normal funcionamento de um estado de direito.
E o poder político pouco mais pode fazer que assumir o papel que lhe reservam, de refém de uma lógica perversa, em que não tem sequer direito a ser ouvido, ou a poder responder em sua defesa.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

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Coisas que nunca saem de moda


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Net ultrapassa televisão em Junho de 2010.
(desculpe, pode dizer-me a hora? e o dia?)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

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[Do JN de hoje]

terça-feira, 7 de abril de 2009

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Mais uma nova canção (a segunda...) do novo disco de Dylan.

Feel a Change Comin' On

domingo, 5 de abril de 2009

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"How do you make sense out of something like this?"

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[a audição integral de algumas canções neste serviço imeem exige pré-inscrição. é fácil, é grátis e, como algumas vacinas, só é necessário fazer uma vez]

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Massas de ar quente possuem baixa pressão e massas de ar frio possuem alta pressão (lembre-se: alta temperatura = baixa pressão; baixa temperatura = alta pressão). Assim, a massa de ar quente, de baixa pressão, tende a subir; enquanto que a massa de ar frio, de alta pressão, tende a descer para a superfície, penetrando no sistema.

sábado, 4 de abril de 2009

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A Vanity Fair não se limita a ser, provavelmente, a melhor revista do mundo - a edição em papel nunca dispensa a consulta do site.


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Num destes dias, parei numa estação de tv onde o Herman José estava a ser entrevistado.
Causa-me muita impressão [já escrevi o mesmo sobre José Cid, mas agora não me apetece procurar nos arquivos...] o modo como algumas figuras públicas portuguesas, especialmente no campo das artes, se degradam ou deixam degradar.
O Herman foi um dos reinventores do humor em Portugal, o Herman é o humorista da minha geração... mas muito do que fez nos últimos (largos) anos mete-me pena. Os talk-shows do Herman, a certa altura, foram das coisas mais degradantes da tv portuguesa.
Na entrevista que vi na semana passada, com o ar de sinceridade que coloca tantas vezes, e quando lhe perguntaram o que gostaria de fazer agora, ele respondeu qualquer coisa deste estilo: um talk show, mas tinha que ser na tv pública, com uma grande orquestra, porque só a tv pública teria condições para o fazer.
Concordo com ele. E apesar da desilusão de quase uma década, apostaria em dar-lhe uma nova oportunidade.

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A merda está imparável.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

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Acho que temos que bater no fundo para recomeçar, penso que a sociedade que construímos está a terminar. Vai ter que se criar uma nova ordem social, uma nova ordem económica, os valores que até há pouco tempo eram deuses... os deuses caíram do altar e escaqueiraram-se. Algumas profissões, como aquelas fantásticas da bolsa em que se trabalhava até aos 35 anos, estão a acabar. Talvez nos tivéssemos afastado demasiado da dimensão humana, ido longe de mais, e estejamos a descer ao real, a voltar a olhar para as pequenas empresas, para a micro-sociedade, para o vizinho do lado, para a criança, para a escola. Neste momento, há uma grande desorientação e desejo de salvar o que está, mas penso que o que está terminou; que temos de construir um novo modelo, mais próximo e mais humano. Talvez este modelo em que vivíamos fosse demasiado desumano.

Simonetta Luz Afonso, Jornal de Negócios, 3 de Abril de 2009