sábado, 31 de julho de 2010

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diogo mainardi abandona o brasil e regressa a itália. veneza.
mainardi, o anti-lula que desceu à terra para mostrar a verdade aos mortais, deixa o brasil poucos meses antes de lula deixar o poder.
mainardi mordeu as canelas a lula o tempo todo. como mais ninguém. a debandada prematura não deixa de ser simbólica, como que um deitar a toalha ao chão. inteligente, este mainardi.

diogo tem alguns sósias, perdão, seguidores em portugal, todos eles órfãos de nelson rodrigues. infelizmente, viver em veneza não é para todos.

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estas duas revistas são de empresas concorrentes, mas as capas são 'iguais'. ou quase. diferencia-as o acordo ortográfico. é bom que nestas revistas de grande consumo continue a haver liberdade de escolha. ah... e estou preocupado com o rapaz. espero que ele se trate.

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dúvida: perderá o moita de deus algumas das suas piadas ouvidas no elevador?

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antónio feio era um bom actor, e encenador/autor, presumo. simpático.
mas - e eu sei que estas coisas não se dizem nestas horas - a sua morte está a ser notoriamente exagerada em termos de exposição mediática. há dois dias que é presença permanente nos noticiários de televisão, muitas vezes em abertura, outras com directos.
antónio feio era uma pessoa afável, presença frequente nos ecrãs, e isso explicará a coisa.
mas esta rendição mediática à sua morte revela muito dos nossos medos íntimos. do monstro que ainda não conseguimos vencer e que o venceu a ele.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

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é verdade, vivo numa zona socialmente responsável.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

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o blogue câmara corporativa integra, obviamente, a minha 'short list'. e, política à parte, tenho reparado na série musical que actualmente apresentam - festivais e outras músicas de verão.
curioso como, nestes meses, é possível assistir a música ao vivo de qualidade todos os dias. embora nem todos os espectáculos de verão sejam ao ar livre, esta profusão lembra-me um post que escrevi há dias.

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as vantagens do jornalismo transparente:


[na catalunha, o parlamento regional proibiu as touradas e o conservador abc fez esta manchete]

quarta-feira, 28 de julho de 2010

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não tenho seguido com o desvelo que a coisa eventualmente mereceria os famosos textos do professor ramos, novo tutor da (boa) memória de salazar. nada que não se tenha resolvido com meia hora de praia e o suplemento actual do expresso (reparo agora que o dito cujo perdeu o c é atual... embora a capa seja dedicada ao tal do salazar, um fulano que bateu a bota faz agora 40 anos. talvez que atual pretenda ser o tal artigo do professor ramos).

a coisa resume-se facilmente. o homem gostava de governar (manias...) e tinha a mania que só ele e à volta dele se podia servir a pátria. o professor ramos dá mesmo alguns exemplos de pessoas que abdicaram dos seus ideais para servir a pátria ao lado de salazar (touching!). e o homem nem era tão mau como o pintam, embora o próprio professor ramos reconheça a existência de censura, tortura e coisas assim. mas, garante, era tudo preventivo - do tipo 'vou dar-te uns açoites, antes que te aleijes a ti próprio'. mas, dizia, o homem não era assim tão mau, de tal jeito que, garante o professor ramos, como que recriando a pólvora, nem foi ele que inventou o colonialismo.

um dos aspectos mais pitorescos do artigo do professor ramos é, porém, a insistência em desculpar o das botas com o muito mau que havia antes e (isso ele não diz, mas presume-se) o que se lhe seguiu. pois, o salazar e tal, mas antes dele era o caos. acham que ele era pouco democrático? haviam de ver como era antes dele... pitoresca é ainda a ideia dos grandes avanços económicos, quiçá civilizacionais, alcançados nesse tempo. como se a realidade, a história, não nos demonstrem exactamente o contrário.

no fim, e a propósito do fim propriamente dito, resulta um personagem que tem mais de patético do que de ditador. é patético percebermos abstracção do mundo a que o ditador se dedicava no afã do imobilismo em proveito próprio. patético.

[texto do professor ramos aqui, num blogue apropriadamente chamado portugal dos pequeninos]

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é ano de formigas. o último verão tinha sido de mosquitos miudinhos.
comprei umas armadilhas catitas e levemente ecológicas. e segui à risca as instruções. a parte mais difícil foi a pintura da unhas.


terça-feira, 27 de julho de 2010

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canções para o resto da vida (27)

de elvis aprende-se a gostar. até porque parte razoável do que fez tem um interesse, digamos, meramente antropológico. mas há momentos que definem o mito. em 1968, com uma década de carreira e a meio do maior boom da história pop-rock, elvis gravou para a nbc aquele que ficou conhecido como '68 comeback special, uma espécie de unplugged muito (muito, mesmo) antes de tempo, e que constitui um dos seus melhores momentos. vi uma versão deste show, há muitos anos, salvo erro na rtp-2 e, se a memória não me atraiçoa, ainda há (ou havia) por aqui uma vhs com a gravação. one night with you, simplesmente fantástico.

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Porra, que nunca mais morre!


[20 Abr 1889 - 27 Jul 1970]

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está calor, muito calor.

domingo, 25 de julho de 2010

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um dia destes, um senhor importante da igreja católica portuguesa veio pedir aos políticos que dessem parte do seu ordenado, mais precisamente um quinto, aos pobres. não percebi a razão pela qual o senhor importante da igreja pediu precisamente aos políticos, mas a verdade é que eu normalmente não percebo grande parte do que diz a igreja católica, portuguesa ou não. fiquei, no entanto, com a ideia de que os pobres ficariam a ganhar se o tal senhor da igreja tivesse pedido dinheiro a outras pessoas, talvez aos empresários, pequenos, médios e grandes, que desculpam os seus pecados na missa dos domingos de manhã.

mas o que o senhor importante da igreja católica disse teve grande eco na comunicação social, especialmente nas televisões. as declarações do tal senhor repetiram-se, ouviram-se outros senhores, uns mais importantes que outros, e até o povo da rua: que sim, que pagassem os políticos, que eles, os populares, ou não têm para dar, ou dão mas não gostam que se saiba.

lá tivemos, então, a romaria do costume nas televisões. desta vez, só não entrevistaram pobres, se calhar por razões deontológicas (imaginem!), nem deram aquelas estatísticas sempre tão assustadoras. se calhar, não há estatísticas, ou as que há não agradam. é claro que os profissionais da caridade lá vieram dizer que sim, que a coisa está cada vez pior. há séculos que os ouço dizer isto - afinal de contas, eles têm uma missão para proteger.

e as televisões lá deram, nos mesmos noticiários, os saldos que este ano estão um espectáculo, as sugestões de férias e restaurantes que enchem o espaço deixado vazio pelas notícias que não há, e os centros comerciais que se enchem todos os dias e até são estudados por sociólogos.

os pobres, para o senhor importante da igreja e para os media, apenas servem para ganhar audiência. mas em doses moderadas, que ninguém gosta de ser visto com eles, os pobres.

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canções para o resto da vida (26)

dido and aeneas, baseado na eneida, de virgilio, foi composta por henry purcell e a sua primeira representação ocorreu em 1689. conta a história do enamoramento e abandono de dido, rainha de cartago, por eneias, herói de troia. é uma das peças musicais mais belas que conheço. esta ária tem inúmeras versões, incluindo de artistas mais 'ligeiros'.



When I am laid, am laid in earth, May my wrongs create
No trouble, no trouble in thy breast;
Remember me, remember me, but ah! forget my fate.
Remember me, but ah! forget my fate.

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sábado, 24 de julho de 2010

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lembram-se daquele cartãozinho a agradecer um livro a machado de assis?
pois é, o cara agora está no twitter. e até joga com o fernando pessoa. danados, esses literatos.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

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O presidente disse que não sabe como será sua vida após deixar o cargo.
"Vai ficar eu olhando para [primeira-dama] Marisa [Silva]. E ela olhando para mim: e agora Lulinha?"

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Sexo.

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[Pub.]


The Triangles, 'Applejack', para Estrella Damm

quinta-feira, 22 de julho de 2010

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canções para o resto da vida (25)

pego na prancha, visto os calções e a camisa havaiana... stop. os verdadeiros surfistas, dizem-me, não esperam pelo verão. e só os surfistas de aviário ouvem os beach boys apenas no verão. sou mais do tipo de nunca fazer surf e de ouvir sempre os rapazes da praia. esta 'versão' de wouldn't it be nice, um karaoke ao contrário, só as vozes tal e qual no disco, mas sem a música, prova a genialidade dos putos. mas era preciso?






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Portugal foi, portanto, o país da UE27 que conseguiu a maior redução deste indicador [mortalidade infantil], desde o início da década de 60. Para esse êxito, contribuiu um conjunto variado de factores, não só de natureza social (como, por exemplo, o aumento da escolaridade ou o saneamento básico), mas também outros, ligados aos sistema de saúde.

Se tivermos em conta a situação de baixa escolaridade à qual uma parcela significativa da população estava remetida, podemos pensar que os resultados presentes, embora pouco animadores no domínio da comparação internacional, revelam uma recuperação impressionante operada nas últimas cinco décadas.

Estas são apenas duas frases retitadas de um dos mais interessantes livros publicados recentemente. Chama-se Portugal: Os Números (de Maria João Valente Rosa e Paulo Chitas), tem apenas 100 páginas, mas nelas demonstra com base em estatísticas o salto enorme que Portugal deu, em quase todas as áreas, nas últimas décadas.
Na sua simplicidade - as estatísticas dão origem a conclusões e textos claros -, este livro chega a ser um objecto estranho, perante a esquizofrenia que todos os dias vemos à nossa volta no debate público.

Só por curiosidade, deixou aqui um gráfico e uma pergunta: lembram-se do que aconteceu em 1998?


sexta-feira, 16 de julho de 2010

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o "jornalismo adversativo" em portugal.
dizem que as más notícias vendem melhor.
deve ser por isso que se vendem tantos jornais em portugal...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

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canções para o resto da vida (24)

não recordo como me veio parar às mãos o primeiro disco de horace ward martin tavares silva aka horace silver. sei que foi há muitos anos e que esta música mexeu muito comigo, especialmente este tema.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

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o correio da manhã de segunda-feira trazia na primeira página uma alegada foto aérea (feita a partir de helicóptero) do famoso filho de ronaldo. obviamente, o bebé, que não conhecemos, mal se vê, pelo que "temos" de acreditar no jornal.
curioso é que, na edição online do próprio jornal, essa zona da foto está pixelizada - ou seja, para vermos o filho de ronaldo, temos que comprar o jornal. ou, então, espreitar numa banca. uma chatice!

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aquele não é o banco do jardim de santo amaro. mas percebo que o rodrigo use o pretexto, falso, para fazer publicidade à advocatus. a vida custa a todos. enfim, de forma muito desequilibrada, digo eu.

o banco do jardim de santo amaro é um caso sério da bloga nacional.
desde logo porque a designação da série redunda numa farsa. ou seja, por aquele banco o tempo nunca parece passar. o raio do banco e tudo o que o rodeia mostram-se imperturbáveis. ali não há tempo. o tempo deixa marcas, contrói, destrói, fecunda e faz cabelos brancos. nada disso ali acontece.
mas o banco é ainda a prova acabada da relativa influência, mais precisamente da falta dela, de algumas pessoas. há anos que aquela série está em cena. em todos estes anos, nunca o banco foi vandalizado, pintado de fresco, usado para uma performance, para suporte de publicidade, uma simples queca. nada. nunca ninguém usou aquele supostamente influente meio para expressar fosse o que fosse. é a irrelevância total do banco. que, obviamente, não tem culpa alguma.

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as relações entre os jornalistas e as fontes de informação já passaram por piores dias

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isto é muito bom

domingo, 11 de julho de 2010

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ah, o blackberry e tal. muito in. muito prático. muito tudo. e tudo é verdade. não há é maneira de atinar com a acentuação das palavras. rendo-me ao analfabetismo geral.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

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canções para o resto da vida (23)

um mistério: que é feito de damien rice, o irlandês melancólico? fez dois discos lindos e tristes, juntou tudo num terceiro ao vivo e desapareceu. este "the blower's daughter" é uma das mais belas canções de amor que conheço. traída no último verso, como o amor tantas vezes.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

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nostalgia e assim

vejo por aí muita gente triste com o fim do rádio clube português. a nostalgia impõe, no entanto, algum rigor.
o rádio clube português acabou em 1979, tendo dado lugar à rádio comercial, da qual tenho - se não se importam - boas (e más) memórias. a comercial, sim, foi durante algum tempo, pouco, a continuação do rcp.
o(s) rádio(s) clube(s) dos anos 2000 nada têm a ver com o original. e aqui entraria uma outra e interessante e triste história - mas, como diz o outro, infelizmente não temos tempo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

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[estado em que se encontra este blogue]

sexta-feira, 2 de julho de 2010

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tantos talentos a todo o momento na televisão, rádio e jornais que o júri nem conseguiu decidir-se.
enfim, só um pretexto para dar os parabéns ao miguel.

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o miguel, que só conheço dos blogues, faz aqui um conjunto interessante de reflexões sobre jornais. discordo de parte substancial, mas recomendo a leitura.