uma carícia que se descobre quase eterna. que nunca se cansa de o ser. um olhar que só é cúmplice se te deixares cativar. se lhe deres toda a atenção do mundo. se te perderes nele. um estar ali agradecido sem causa alguma. só, assim. o tempo que não se deixa prender. tudo flui. serenamente. languidamente, arrisco. a carícia, outra vez.
nos últimos meses, não é que as gatas tenham substituído as pessoas. apenas. mais que isso. de certa forma, mostraram-me caminhos há muito esquecidos ou nunca percorridos. as gatas, imagine-se. esses caminhos de serenidade, de paciência, de paz.
(...)
as gatas entraram na minha vida a contragosto. desconfortava-me a ideia da irracionalidade. que poderia tomar a forma de desarrumação, falta de higiene, fardos vários. aconteceu um pouco de tudo isso e mais uns cortinados rasgados, uma jarra de cristal quebrada, um sofá precocemente envelhecido.
(continua)
Pensava eu que só gajas é que enchiam blogues a falar de irrelevâncias, mas afinal enganei-me
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