quarta-feira, 29 de junho de 2011

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a vizinha da frente pôs fora da janela um espanta espíritos, daqueles de metal, muito leves, dos que se comovem com qualquer brisa de verão.
de dia, ainda vá lá. à noite, pela noite dentro, aquele tlim-tlim transporta-me para filmes americanos, de ambiência tórrida, sangue e sexo escaldantes. nessas fitas, havia sempre uma vivenda à beira-mar e um espanta espíritos a baloiçar.
é claro que lá para o fim do verão já nada prometo. o outono turva-me os humores cinematográficos e sou capaz de me irritar com o tlim-tlim. nessa altura, poderá haver sangue. sexo, não prometo. aliás, nem sequer sei se em frente mora uma vizinha. sexuei o dono do espanta espíritos porque me dava jeito à história.

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