a família é uma das realidades mais incómodos da idade contemporânea. é à volta dela que se geram as maiores tensões das nossas vidas. gregários que somos, não conseguimos viver sem ela. mas livres como nunca, é contra ela que acabamos por construir as nossas vidas. dizer que estamos todos mais sós é uma banalidade, não menos verdadeira por ser repetida.
digo incómoda, pesando as palavras. olho à minha volta e quase todos fogem da família, sabendo ou ignorando, tanto faz, que se trata se uma fuga ilusória.
no final, e isso dói, fugimos do conforto da família para acabarmos, mais tarde ou mais cedo, chamados pelo desconforto da família. é um destino, este o nosso do novo milénio, de abdicarmos do conforto e não podermos (ainda, talvez) fugir ou recusar o desconforto.
o primeiro disco a solo de philip selway, baterista dos radiohead, chama-se familial e tem canções bonitas assim:
Não tens ideia de como este teu texto é... pertinente.
ResponderEliminarDe uma inescapável realidade.
A vida de hoje retorna aos tempos de "Narayama Bushi-Ko".