domingo, 20 de junho de 2010

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o melhor dossier sobre saramago está, obviamente, no el pais.
o melhor texto de homenagem "não literário" é o de zapatero.

mediaticamente, o regresso de saramago à pátria teve um aspecto assinalável.
os media, a começar pela tv, descolaram totalmente da realidade - o que, enfim, não é novo - e, sozinhos, fizeram a homenagem que não houve.
não houve - ao contrário do que muitos esperariam e apesar dos múltiplos eventos criados para esse propósito - povo na rua. algumas dezenas, e não centenas, de pessoas concentraram-se na praça do município. só isso.
um escritor nunca seria o suficiente para tirar os portugueses de casa, ou para os desviar da praia. ainda se fosse futebolista...
às televisões, bastaram-lhe essas dezenas de pessoas, como aquelas que são pagas para ir a estúdio aplaudir e apupar ao ritmo do polícia-sinaleiro, para montar "o cenário". e fazer o espectáculo.
isso nada tem de mal.
a melhor homenagem que se pode fazer aos escritores é a leitura.
mas, do ponto de vista mediático, ficou mais claro que nunca que não é necessário que algo aconteça para que passe na televisão.
de certa maneira, a televisão emancipou-se. a televisão deixou de precisar do mundo, de nós, para nos relatar.
e isso só é novidade absoluta para quem tem andado muito distraído.

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