Vivemos tempos estranhos, de facto.
O IGESPAR, instituto público que zela pelo património nacional, exige dos seus técnicos que obedeçam às regras superiormente estipuladas.
Coloquemos a coisa no plano abstracto - uma entidade contrata técnicos para trabalharem tecnicamente de forma a concretizar os objectivos a que essa mesma entidade se dedica.
Por exemplo - a SIC tem uma linha editorial e exige dos seus jornalistas que a concretizem. Tem, para isso, estatuto editorial, livro de estilo, política de contratação, regras de avaliação profissional, incentiva os que não gostam da linha editorial a sairem.
Voltemos ao IGESPAR. Pago pelos contribuintes, deve administrar os bens públicos de forma ainda mais criteriosa. Obedece, em última instância, à vontade de todos nós, ao dinheiro de todos nós, ao voto de todos nós.
O IGESPAR, através dos seus órgãos próprios, determina que a prioridade é a conservação da arte romana e não da arte grega? Não faz sentido que um dos seus técnicos, em representação do IGESPAR, por actos ou opiniões, sobrevalorize a arte grega face à arte romana. Cristalino!
Vivemos tempos estranhos, de facto. Em que uma história destas é notícia.
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