sexta-feira, 21 de agosto de 2009

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A morte não tem muito que se lhe diga. Cinco pessoas estavam ontem à hora errada no sítio errado. Apenas isso. Quem percebe do assunto já explicou como estas coisas escapam à determinação humana.
Apesar disso, nos próximos dias vamos assistir ao obrigatório cortejo de especialistas em tudo e mais alguma coisa, que vão tentar encontrar razões, culpados, o diabo a sete. Sobre a construção na linha da costa, sabendo-se que aquilo se passou para lá da linha costa. Sobre a existência ou não de avisos, quando os avisos lá estavam. Sobre a necessidade de interditar, como se fosse possível interditar. Da precaução que não houve, porque nunca há, nem tem de haver, precaução tamanha - a vida é um risco permanente. Alguém há-de escrever - sempre alguém escreve - sobre o fado, o destino e a tragédia de sermos portugueses.
Depois, tudo volta ao normal. Só a morte não tem muito que se lhe diga.

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