segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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Conheço tomadas de posição de conselhos de redacção contra a presença de colunistas-candidatos nas páginas dos jornais em períodos eleitorais. E estão consultáveis textos, em blogues e jornais, relativos aos (des)equilíbrios político-partidários nos media, especialmente acutilantes em épocas pré-eleitorais.
Espanta-me, por isso, o tom exaltado das tomadas de posição acerca de uma directiva da ERC apelando a um maior pluralismo de colunistas a poucas semanas das eleições - a questão sempre foi alvo de debate nas redacções e as soluções variaram conforme as circunstâncias. Por isso, não me comove sobremaneira o debate em curso.
Anoto, porém, o seguinte:
- a crispação/desproporção com que tudo se debate em Portugal, no caso, invocando logo "a censura" e "intervenções do poder", que, obviamente, não fazem qualquer sentido;
- a facilidade com que toda a gente debate tudo, especialmente o que não conhece (no caso, o texto da directiva é totalmente deturpado, conforme acontece na notícia linkada acima);
- a ideia de que todos os media devem garantir o pluralismo revela aqui a sua perversidade;
- a hipocrisia em que vegetam os espaços de opinião sai incólume desta polémica - os "historiadores", "professores universitários", "juristas" e "escritores", mesmo quando são activos militantes ou dirigentes de partidos, ficam acima de qualquer contrariedade.

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