Muito se tem falado, nos últimos meses, de pressões, intimidações, relações estranhas entre os poderes político, mediático e judicial.
Nas últimas semanas, adensou-se mesmo a ideia, repetida em blogues e colunas de opinião, de uma certa supremacia ilegítima do poder político. Ou seja, o poder político, por actos ou supostos actos cometidos, estaria a extravasar largamente os poderes que normalmente lhe são reconhecidos e teria uma longa mão que a tudo chega, tudo controla, tudo quer controlar.
Uma visão mais distanciada do que se passa em Portugal - e isto vale como opinião pessoal, evidentemente - permite perceber precisamente o contrário.
Existe hoje em Portugal uma total impunidade dos poderes mediático e jucidial, os quais, fazendo uso das regras pré-estabelecidas e, especialmente, daquelas que vão criando para se auto-justificar, se permitem distorcer completamente o normal funcionamento de um estado de direito.
E o poder político pouco mais pode fazer que assumir o papel que lhe reservam, de refém de uma lógica perversa, em que não tem sequer direito a ser ouvido, ou a poder responder em sua defesa.
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