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o que ando a ouvir

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só um padreca inexperiente e inculto poderia menosprezar os preliminares e declarar que vivemos no "totalitarismo do orgasmo". o que não deixa de ser uma expressão fabulosa.

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canções para o resto da vida (12)



31 de maio e escrevo como se ainda fosse 30.
como contar a vida de alguém da minha geração sem passar por aqui?

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Lisboa, tarde de domingo

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i love your lips

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primeiros socorros
before french kissin'

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Ao segundo ou terceiro episódio, perdi-me na Lost. Desisti. Percebo, no entanto, a paciência de quem acompanhou aquela marmelada durante anos - é como a vida real, pouco ou nada bate certo.
Agora, a Lost despede-se no meio de um enorme alarido planetário. O fenómeno da despedida interessa-me. Gostei, por exemplo, de ler este artigo da Vanity Fair, com o título fabuloso de Lost in Lost: Nothing Really Matters e que, logo no primeiro parágrafo arruma o assunto: "The only answers that will be remembered are that, yeah, everyone dies if you wait long enough, and that emotional connections can survive even death."

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uma carta de amor.

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canções para adultos
(com saudades da adolescência)

(tão giros, não são?)

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[só digo isto a 5 mil pessoas por dia] o el pais está a dar música à borla.

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o google, simpático, informa-me que, nas últimas 24 horas, o meu gmail foi acedido 4 vezes a partir da china. e diz-me o ip adress e tudo. ah... é pena a china ser tão grande.

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canções para adultos

[lembras-te de quando a minha voz ainda não tinha mudado e as tuas maminhas apenas despontavam?]

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nas notícias do fds, a Costa passou a ser de Caparica. um upgrade razoável. agora, só falta arrasarem os parques de campismo e uma meia dúzia de quarteirões de betão.

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[o que ando a ouvir]

apresentaram-me: é da namorada do jack white. rectificação: estão casados há cinco anos, embora ele mantenha o nome da ex.

chama-se karen elson e, não fosse altamente desatento, já teria reparado nela.

gosto muito desta canção do primeiro disco.

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coisas que me acontecem (2)

um gajo compra uma pasta de dentes com 50 ml de oferta. catita. chega ao aeroporto e o tipo da fronteira saca-nos a bisnaga, que já vai a meio, porque a segurança proíbe embalagens de líquidos (!?) superiores a 50 ml.

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coisas que me acontecem (1)

há uns tempos, tive que comprar o office 2007 porque o professor de tic (!?) assim o exigia. hoje, estou a imprimir um trabalho feito em power point 2007 porque, na escola, só há o office 2003 e a professora não o conseguia abrir.

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Qual Marx, qual caralho, o comunismo português é de origem medieval, segundo informam os próprios.

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[o que ando a ouvir]

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In 1971, The Rolling Stones relocated to the 16-room Villa Nelcotte in the South of France to record their '72 masterpiece Exile on Main Street [RS]

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canais temáticos

estou a ver elton john no rock in rio em directo na sic mulher.

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conversas de homens

oito gajas a fazerem strip tease ao mesmo tempo, em caracas, ao som dos rammstein

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canções para o resto da vida (11)



song to the siren, de tim buckley, reinterpretada pelos this mortal coil, o projecto de geometria variável da explosão inicial da 4ad. ouvia-a vezes sem conta no velhinho lp it will end in tears (1984), fabuloso título, e foi ela que, anos mais tarde, me obrigou a comprar a versão em cd. a voz de elisabeth frasier (cocteau twins) neste ambiente quase gótico é uma daquelas coisas difíceis de esquecer. encantatório.

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[Sines, a semana passada]

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O pior cego é o surdo. Tirem o som de uma paisagem e não haverá mais paisagem.

Do twitter de Nelson Rodrigues (1912-1980)

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eu gosto é de tablóides (2)

"Sobrinha de António Feio era amiga íntima do homem morto pela noiva em Setúbal".

Título na primeira página do 24 Horas, 17 Mai. 10

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eu gosto é de tablóides (1)

"O novo Porsche Cayenne, no valor de 170 mil euros, já tem uma lista de pré-reservas com mais de 70 pessoas".

Correio da Manhã, 17 Mai 10

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canções para o resto da vida (10)



cheguei aos rilo kiley a partir do primeiro e fabuloso disco de jenny lewis. foi uma descoberta que se tornou numa obsessão. durante meses, a discografia da banda girou vezes sem conta no meu primeiro e falecido ipod. esta canção é do caraças e acompanhou-me em horas que guardo só para mim.

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é isto mesmo:

"Mas também me parece que o Estado só é verdadeiramente laico quando convive sem dramas nem fobias com a manifestação religiosa."

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canções para o resto da vida (9)

todos teremos as nossas canções-fetiche. eis uma das minhas. raúl seixas, hippie génio louco, descreve, em menos de três minutos, o género humano que habita o hemisfério norte do planeta. impressiona que, escrita num tempo muito específico, esta canção mantenha tanta actualidade. e que actualidade... gosto especialmente que, apesar de tudo, ainda consigamos adivinhar "a sombra sonora dum disco voador".

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portugal - um retrato.

um salto a moncarapacho, outro a veneza. pelo meio, umas bocas entediadas sobre o nojo da nação.

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a visita do papa.

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do novo disco de Tracey Thorn, Love and Its Opposite

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[Bxl, Maio 2010]

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Granta, Spring 2010

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O tempo detém-se num banco do Jardim da Estrela.

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[Pub.]

os especialistas da finança dão 5 estrelas a natalie merchant. é justo, mas preocupante - os mercados andam loucos.

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canções para o resto da vida (8)

não recordo o momento exacto em que pela primeira vez ouvi os velvet underground. mas a primeira vez com os velvet, presumo, será ainda hoje uma revelação para qualquer adolescente. dos vu, ficou-me especialmente o john cale. nico, quase nada. lou reed, depende. mas ainda hoje "ouço" muito vu na música que se vai fazendo. esta é uma das suas primeiras canções, encharcada em droga até à medula. presumo que deverá ter servido de banda sonora a muitas trips de sucessivas gerações. não foi o meu caso.

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[Paris - Bruxelas, 7 Maio 10]

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deu-me para ouvir o forum da tsf. falavam da aplicação dos dinheiros europeus. boa ou má? apanhei aquela parte em que um ouvinte garantia que o melhor era "entregar tudo à polícia, que eles é que sabem fazer as perguntas certas". ia eu a mudar de canal, quando o homem rectificou: "à polícia ou a uma equipa de sociólogos".

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[é verdade... já está numa parede cá de casa]

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gosto de jornais

por isto e por aquilo.

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as pessoas lembram-se de cada coisa...
em lisboa, está em cena uma peça de teatro chamada "foder e ir às compras". deve ser, presumo, acerca da vida monótona nas cidades.
e como noticiar uma coisas destas na televisão, em horário, digamos, normal?
na sic notícias, hesitaram e, hoje, no programa "cartaz", apresentaram três alternativas.
a pivot disse que tinha estreado a peça "fucking and shopping".
no rodapé, a peça era identificada assim: "f...r e ir às compras".
e na reportagem a peça foi sempre mencionada por "esta peça".
uma situação fodida, é o que é.

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o que ando a ouvir



john grant. de que nunca tinha ouvido falar, até tropeçar neste disco acabado de sair. ligeiramente (?) kitsch, com pedaços de som a fazerem lembrar uma série de coisas. anos 70, especialmente.

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há um novo gelado que promete baunilha de madagáscar. transgénica, muito provavelmente

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a puma quer acabar com as caixas de sapatos. sempre preferi a nike.

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passa na televisão uma reportagem sobre vaticanistas, repórteres que seguem o papa por todo o lado. pelos depoimentos que ouvi, fiquei na dúvida se eram jornalistas, se porta-vozes. parecem os jornalistas que escrevem sobre carros.

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canções para o resto da vida (7)



"verdi cries" nem será uma das canções mais conhecidas dos 10000 maniacs. é uma canção sobre memórias - holidays must end as you know, all is memory taken with me: the opera, the stolen tea, the sand drawing, the verging sea, all years ago -, saudade, solidão talvez. e, claro, é possível apaixonarmo-nos por uma voz. pela de natalie merchant é fácil.